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Protetores de animais realizarão protesto contra recolhimento de cães

Ação acontecerá no próximo sábado, às 9h, na Praça Nereu Ramos, em Criciúma

No próximo sábado, às 9h, a Praça Nereu Ramos, em Criciúma, será palco de um protesto liderado por protetores de animais indignados com o recolhimento de cães saudáveis por parte do Núcleo de Bem-Estar Animal (NBEA) do município. A ação é organizada por Rosane Machado de Andrade, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB de Criciúma e fundadora da Pipa (Protetores Independentes da Praça), uma ONG dedicada ao cuidado de animais em situação de rua.

Em uma entrevista, Rosane Machado expressa sua preocupação com a situação. “Cuidamos de vários cães aqui no Centro. Só que há muitos ‘fixos’ que estamos começando o protocolo de vacinas, desvermifugação e uso de antipulgas e carrapatos. Já as castrações estamos fazendo aos poucos porque não temos onde fazer o pós-operatório. Aí está a questão. O Núcleo de Bem-Estar Animal recolheu cães saudáveis quando deveriam recolher para a casa de passagem ou para tratamento de algum animal doente, que não é o caso destes”, salienta.

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A presidente destaca a contradição de confinar cães saudáveis, o que vai contra a Lei 7.367/2018 que criou o Núcleo e reconhece a figura do cão comunitário. Ela atribui o problema à inauguração do espaço pet na Praça do Congresso, onde algumas pessoas não aceitam a presença de cães em situação de rua. “Os cães fazem xixi e cocô no espaço, como se os que possuem tutor não o fizessem.”

Falta de suporte

Rosane Machado também aborda o desafio enfrentado pela Pipa em relação às cadelas no cio e lamenta a falta de suporte da prefeitura. “A prefeitura dá a castração, mas só isso. O restante corre por conta de quem leva o animal para castrar. O Núcleo é uma casa de passagem e não depósito de cães saudáveis como punição a eles por existirem”, explica.

O protesto tem como objetivo conscientizar a população sobre a existência da lei e combater o desconhecimento que tem levado muitas pessoas a apoiarem o recolhimento indevido de cães. “É falta de humanidade e conhecimento da lei. Se um cachorro rasga um saco de lixo em frente a um comércio, quem está errado não é o cão, é o comerciante que colocou comida de modo indevido em seu lixo”, enfatiza Rosane.

“Ajude um protetor”

A presidente da Pipa conclui fazendo um apelo à população para que se unam na defesa dos animais. “Estamos em época de eleição. Cães não votam, mas a grande maioria de pessoas ligadas à causa sim. Queremos chamar a população para que se unam a nós neste compromisso. Se o cachorro incomoda na rua, ajude a encontrar um lar, ajude um protetor a mantê-lo em outro lugar e não o trancafiando em um local que dificilmente sairão.”

A reportagem entrou em contato com o coordenador do Núcleo de Bem-Estar Animal de Criciúma, Christophe Maximiano de Lima, que preferiu não se manifestar sobre o caso.

O que diz a lei:

  • É considerado Animal Comunitário aquele que, apesar de não ter tutor definido e único, estabelece com a população do local onde vive vínculos de dependência e de manutenção;
  • O Animal Comunitário será castrado, registrado, identificado por microchipagem e coleira visível e padronizada;
  • No registro e identificação do Animal Comunitário serão cadastrados como cuidadores do animal os cidadãos que se encarregam de seu trato diário;
  • Para efeito dessa lei, o Responsável Temporário é a pessoa da comunidade que se dispõe a cuidar de um animal em determinadas situações, por período temporário, de forma a alojá-lo provisoriamente;
  • Sempre que possível, os animais errantes castrados e/ou em tratamento pelo NBEA passarão o período de recuperação da doença ou de pós-operatório sob os cuidados de um Responsável Temporário comprometido formalmente, perante o Órgão, pelo tratamento provisório do animal.
Fonte tnsul
Através da Redação Portal Rincão

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